Fontes: Estadao – Blog Transegure
Charge: Kayser

Charge Kayser

A chamada “Lei seca” na fiscalização do transito de motoristas foi uma medida mais do que radical, mas necessária. As mortes no transito no Brasil mataram e mutilaram nos ultimos anos muito mais pessoas do que as ultimas guerras intervencionistas dos EUA no Iraque, Afeganistão e Bósnia.

Se a “lenda” desde a época da Bossa Nova nos outros países diz que o brasileiro é um povo pacifico e bem caloroso com seus turistas, na prática, vivemos na Idade Média nas nossas estradas. Mesmo nas melhores estradas (privatizadas), que, lógico são minoria em todo o Brasil, ainda há um numero enorme de acidentes, o que só prova que, além da falta de condições das estradas, como sinalização e fiscalização, a culpa principal é da peça na frente do volante, o srº/srª motorista, sempre auto-confiante mas nem tão cuidadoso com os outros automoveis.

Alguns numeros de nossa guerra civil nas estradas brasileiras nos ultimos anos:

Fonte: O Globo – RJ – 07/10/2007

Nos últimos dez anos, 327.469 pessoas morreram em acidentes de trânsito no Brasil. Atropelamentos e colisões respondem por 4% dos óbitos do país – de cada 25 brasileiros que morrem, um perde a vida no trânsito. Nota: Na cidade de São Paulo, a taxa de morte em acidentes de transito e homicidios foram praticamente iguais em 2007. E não foi o numero de homicídios que diminuiu…


Segundo o Ministério da Saúde, em todo o país são 98 mortes por dia, 35 mil por ano – comparáveis, por exemplo, aos 37 mil óbitos anuais registrados na guerra do Iraque. O abandono das rodovias, a imprudência e a impunidade dos infratores fazem das estradas palco de uma calamidade social que dizima famílias inteiras

Na comparação com outros países, a confirmação da calamidade: o Brasil não só tem um alto número de acidentes, como também tem mais ocorrências por quilômetro de estrada. Pior ainda: tem mais mortes por acidente, ou seja, as ocorrências no trânsito são mais letais aqui.

Um estudo da Coppead, Instituto de Pós-graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro, mostra que, contando apenas mortes registradas em rodovias federais policiadas, a taxa de óbitos por mil quilômetros de estrada é de 106,8 no Brasil. A mesma comparação produz uma taxa de 10,1 mortes na Itália, 10,5 na Alemanha e 6,6 nos Estados Unidos. Nas rodovias americanas, para cada grupo de dez mil acidentes, morrem 65 pessoas; no Brasil, as mortes pulam para 544, considerando apenas rodovias federais policiadas, e 909, em todas as rodovias.

Os dados do SUS mostram que os jovens são as vítimas diretas dos acidentes de trânsito. Do total de internações relacionadas a acidentes de trânsito de janeiro a julho deste ano, 20.891 foram de jovens de 20 a 29 anos. No mesmo período do ano passado, o número foi de 20.620. No total, as internações relacionadas aos acidentes corresponderam a 15% do total que deu entrada no SUS, em 2006 e nos primeiros meses de 2007. Especialista na reabilitação de sobreviventes, o diretor da Rede Sarah de hospitais, Aloysio Campos da Paz, considera que o volume de acidentes fatais caracteriza um “genocídio” nas estradas. Entre os jovens de 20 a 39 anos se concentram 45% das mortes.

- Todo ano, o país perde milhares de jovens que deveriam estar no mercado de trabalho, e há um número ainda maior de pessoas com lesões irreversíveis – afirma Campos da Paz.

Pesquisadora do Instituto Claves, ligado à Fiocruz, Kathie Njaine sustenta que grande parte das vidas perdidas no trânsito poderia ter sido poupada:

- Esses acidentes não são fatalidades. São evitáveis.

Leia mais sobre estatisticas de acidentes e prevenção neste site:

RENAEST – Registro Nacional de Acidentes de Transito.






Noticia publicada em 2 de julho de 2008, na(s) categoria(s) Artigos/Journal por Claudio (aglioeolio), que tem 303 posts neste blog.

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1 Comentário

  1. Bárbara Lima Bessa disse:

    Olá,
    Gostei muito da pesquisa, mas gostaria de pedir a vocês uma informação:
    Eu irei falar, na feira de ciências do meu colégio sobre as drogas, e irei falar sobre a lei seca.
    Gostaria de pedir a vocês, que me mandassem dados comparando o antes da lei seca,se reduziu as mortes no trânsito, e o agora, para mim fazer um gráfico.

    Espero que vocês me ajudem, pois não acho esses dados em canto nenhum.

    Desde já agradeço, Bárbara Lima Bessa

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