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Anorexia e bulimia nervosas: um mal de adolescente

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Video: Campanha na TV Sueca para evitar a anorexia entre adolescentes

Mulheres, especialmente as jovens, são as que mais sofrem com a anorexia e bulimia nervosas. Tudo começa com o desejo incontrolável de perder peso até ficar pele e osso e, mesmo assim, a doente sente-se “obesa”


Modelos sempre são lembradas quando a mídia fala dos males das dietas malucas. Em 1996, duas magricelas famosas, a veterana Twiggy e a jovem Kate Moss, encontraram-se numa festa e brincaram com o fato de levarem a culpa pela anorexia e bulimia entre as mulheres. Eleita o “Rosto de 66″ aos 16 anos, Lesley Hornby foi apelidada de Twig (algo como galho frágil) e, depois, rebatizada de Twiggy. Suas medidas econômicas – 80 cm de busto, 56 cm de cintura e 80 cm de quadril – revolucionaram os conceitos estéticos na época.

Mais recentemente, as modelos brasileiras ajudaram a abolir o look anoréxico decretando a volta dos seios e das curvas. Nesse vaivém da moda, as mortais que não têm corpo perfeito fazem qualquer coisa para obtê-lo. Tanto aspirantes a modelos, quanto jovens comuns sentem-se pressionadas, e aí é que mora o perigo. Em cada dez pacientes com anorexia e bulimia nervosas, nove são do sexo feminino. As causas dessa disparidade não são totalmente conhecidas mas postulam-se aspectos sociais, psicológicos, biológicos e hormonais.

SINAL VERMELHO

Os pais devem ficar alertas e procurar ajuda ao notarem mudanças bruscas de comportamento. Exemplos típicos são os quadros de emagrecimento intenso, hábitos alimentares estranhos, recusa alimentar, retraimento social, alterações bruscas de humor e conversas que giram só em torno de dietas e calorias.

Segundo o psiquiatra Adriano Segal, fundador e coordenador do Ambulatório de Obesidade do AMBULIM – Ambulatório de Bulímia e Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, há cinco tipos de transtornos alimentares.

A anorexia nervosa está presente em algo como 1% da população feminina de maior risco: mulheres caucasianas de alto nível sócio-econômico. Sua incidência é maior entre os 14 e 18 anos de idade. Caracteriza-se por um peso abaixo do mínimo esperado (cerca de 85%) para idade e altura; interrupção do ciclo menstrual por pelo menos três meses; distorção de imagem corporal (a pessoa sente-se bem mais gorda do que está); medo intenso e recusa ativa de ganhar peso.

E o psiquiatra alerta: até 20% das vítimas deste transtorno alimentar morrem por complicações causadas por ele.

Nos casos de bulimia nervosa – que manifesta-se por volta dos 25 anos – o índice acima sobe para 5%.

Características: o peso é próximo ao normal mas há crises de compulsão alimentar (comer uma imensa quantidade de comida num pequeno intervalo de tempo de forma descontrolada).

São comuns os comportamentos inadequados para perder ou controlar o peso, como vômitos auto-induzidos, excesso de laxantes, diuréticos e outras medicações mal usadas. São típicos os jejuns prolongados, a prática excessiva de exercícios e as lavagens intestinais.

O transtorno da compulsão periódica (conhecido como comer compulsivo) surge por volta dos 30 anos e apresenta os casos descritos acima. Mas os comportamentos inadequados ora estão ausentes, ora presentes, numa freqüência insuficiente para o diagnóstico de bulimia nervosa.

Concluindo, ainda há duas doenças menos conhecidas e mais comuns na infância: picacismo (ingestão de papel, tijolo, terra) e o transtorno ruminativo da infância (regurgitação do alimento ingerido, sua “re-mastigação” e conseqüente perpetuação desse ciclo). Os cinco quadros são transtornos distintos, mas um pode se suceder a outro. Classicamente, 20% das pessoas com anorexia nervosa vão apresentar bulimia nervosa mais tarde.

TRATAMENTOS

Eles podem dar bons resultados mas são caros, tanto financeira quanto emocionalmente, já que as recaídas são freqüentes. É que tais doenças são causadas por múltiplos fatores e implicam em complicações em diversas áreas como biológica, psíquica e social. “É necessária a orientação de uma equipe multiprofissional que envolva psquiatra especializado, nutricionista, clínicos, psicólogos”. Em alguns casos, deve-se tratar paciente e família em conjunto.

O psiquiatra diz que, especialmente na bulimia e no transtorno da compulsão alimentar periódica, certas medicações disponíveis são bem eficazes, como os antidepressivos, que atuam na serotonina. “Na anorexia, o tratamento medicamentoso é menos eficaz, mas necessário para tratar doenças a ela associadas”.

Vale lembrar que as dietas sempre estão presentes no início do transtorno alimentar. Jejuns, chazinhos, ervinhas, dietas estapafúrdias, malhação excessiva e métodos “milagrosos” tão fartamente disponíveis devem ser evitados com rigor. “Curiosos, amigos, balconistas de farmácia não estão aptos a prescrever remédios”.

ALVOS FACEIS

As modelos vivem sob pressão. Implacável com as medidas, o mercado exige 90 cm de quadril. Para perder peso, elas muitas vezes arriscam a vida ao exercitarem-se horas a fio sem nada no estômago ou usando remédios e laxantes indiscriminadamente. A ex-modelo Joyce Cristina Cândido (18 anos, 1,79 m de altura e 54 quilos) passou por uma depressão, tratou-se e resolveu dar um tempo na profissão, que iniciou aos 12 anos. Hoje, mais madura, reflete sobre as armadilhas do meio. “É um absurdo ver meninas com 14, 15 anos, chegando sozinhas do interior para trabalhar em São Paulo”. Desorientadas, descuidam da alimentação e seguem as receitas das amigas para emagrecer. Segundo Joyce, os pais devem acompanhar as filhas sempre que for possível. Joyce conta casos terríveis: garotas que tiveram de tirar o intestino de tanto tomar laxantes, as que malham a noite toda em jejum e acordam às 5 da manhã para trabalhar ou as que enfiam talheres na garganta para vomitar, num quadro típico de bulimia. “Muitas se envergonham e não procuram ajuda”.

PREVENÇÃO

Atentas ao problema, algumas agências têm parcerias com equipes médicas multidisciplinares. Com palestras, apostilas e atendimento individual, as moças recebem orientação psicológica e nutricional. Na Elite Model’s, dois profissionais coordenam esse trabalho de prevenção: o psicólogo Marco Antonio De Tommaso e o pediatra e nutrólogo Mauro Fisberg. Psicólogo clínico pela USP, Marco Antonio, também consultor da agência L’Equipe, atende modelos entre 13 e 28 anos. Uma pesquisa feita pela Elite apontou que 97,5% das modelos sofrem de ansiedade, 87,5% de problemas de adaptação em São Paulo e 85%, com preocupações alimentares. Quando chegam às agências elas recebem uma apostila com textos que abordam temas como auto-estima, limites e desafios da carreira, depressão, postura profissional, entre outros. Como denominador comum, a maioria tem problemas de auto-imagem. “Mesmo magérrimas acham-se fora dos padrões estéticos”, resume. O psicológo trabalha o lado emocional, prevenindo problemas de alimentação, cuja raiz está na competividade -”pior que o vestibular” – e medo de fracassar na profissão.

BELEZA E SAÚDE

Há três anos o Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente da Universidade Federal de São Paulo e o Centro de Nutrição da Universidade São Marcos, assinaram um convênio com a Ford e a Elite Models. Coordenado pelo pediatra e nutrólogo Mauro Fisberg, o programa de saúde preventiva envolve médicos, nutricionistas, fonoaudiólogos e fisioterapeutas cobrindo problemas de saúde em geral e nutrição. Muitas começam a trabalhar aos 13 anos, em plena adolescência, fase de transformações. A maior parte apresenta hábitos alimentares inadequados e em decorrência disso, 40% queixam-se de constipação intestinal. Ao abusarem de laxantes, a dinâmica intestinal é mudada, com casos de perda de controle do esfíncter e diarréias incontroláveis.”

Vindas de pequenas cidades, às vezes sem recursos financeiros, essas garotas fazem sua própria refeição (em geral pratos rápidos, pobres em nutrientes) e abusam de doces e guloseimas. Sem contar os horários irregulares, típicos da profissão que praticamente as empurram para pizzas, salgadinhos e hambúrgueres. A alimentação pobre, somada a fatores como ansiedade, competividade, isolamento social e medo do fracasso alteram bruscamente o apetite (aumento-o ou eliminando-o). O tratamento vai depender das características pessoais como biotipo, necessidades nutricionais, horário de trabalho etc.

Fonte: Estadao – Saude Alimentar
Autor: desconhecido (o texto original saiu do ar)

Valeu PANICO1910 pelo video do youtube

 

 

 

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23 comentários para “Anorexia e bulimia nervosas: um mal de adolescente

  1. quer pena quer essa doença ta cada vez mais evoluida e mt triste ver essas pessoas lutando para se recuperar,…

  2. essa doença e muito triste,quem passa por isso sabe ,com e doloroso;eu tive anorexia,que começou em 2007 foi ate em 2011,foram 4 anos de sofrimento,que chequei a pesar 48 quilos , e tenho 1 metro e 90, cheguei em ponto critico, a tomar 12 comprimidos de laxantes por dia, e fica 5 dias sem comer, e passava dia todo no quarto dormino,e depois de um ano e meio ,começou surgir a bulimia,Graças a Deus eu tive um tratamento, para tratar essa doença , foi no hospital da clinica em BH que chama NIAB, foram 2 anos de tratamento, Agora estou bem comigo, me alimento;e agora estou pesando 75 quilos , estou muito feliz e tem tratamento,, apenas basta quer, e não e facil,pensa em seu familiares com eles estão sofrendo .

  3. ja tive bulimia mas hj em dia ñ provoco mais vomito mais cada vez q eu como parece q eu viro uma baleia vivo triste e apesar de eu ter 50 quilos e ter 14 anos eu queria voltar aos 46 quilos eu tava linda.

    • eu estou fazendo um trabalho sobre essa doença e tou achando muito triste como essa doença ta cada vez mais evoluida…

  4. minha vida é conta calorias ,as vezes eu ja me alimento chorando ,por que sei que vou colocar tudo pra fora …todos falam que eu to magra ate de mais uns perguntam pra minha mae se estou doente ,mais eu não me veijo magra ,passo mal direto devido essa minha obssesao em perde peso.

  5. Eu já sofri muito com anorexia em 2 meses perde 35 kilos fiquei com 44 kilos é sempre me vi gorda,fiz tratamento em goiania fiquei mais ou menos boa hoje estou com 68 kilos mas estou sofrendo outra vez porque ate mesmo sem comer eu engordo, estou depresiva vivo chorando quero morrer pois não me olho mais no espelho preciso de ajuda pois não tenho apoio da minha mãe ela vivi me chamando de gorda isso me distroi só deus sabe como estou! já pensei em até tirar minha vida. detro de uma semana já predi 3.800 meu pesadelo começa outra vez….

  6. Tenho 27 anos e minha vida gira em torno de calórias,peso e emagrecimento… Todos me julgam e me apontam o dedo.No meu trabalho todos comentam sobre a minha "magreza" nem disfarçam mais,falam na cara..comentam que não como ou que como extremamente pouco no almoço… Minha dieta é extremamente restritiva,cortei muitas coisas na minha alimentação e quero cortar mais… uso laxantes qdo tenho compulsões e jogo por terra dias e dias de dieta hipocalóricas,estou algumas semanas sem tomar laxantes pq quero que meu intestino "descanse"

    Meus rituais em torno da comida são estranhos,eu escondo comida,jogo comida na privada,na rua etc…. às vezes coloca a comida no prato fico olhando pra ela e depois jogo no lixo… Agora mesmo tem um prato de macarrão debaixo da mesa do PC que vai ir pro lixo daqui a pouco.. na minha bolsa tem 4 pães e un stake de frango guardado,o pão eu pretendo comer até sábado,o stake vai pro lixo…Sei que são coisas erradas,mas é uma coisa mais forte que eu.. simplesmente não consigo evitar..

    Não tenho mais menstruação,meu IMC está em torno de 16…Mas não estou doente afinal as pessoas são exageradas e por tudo fazem uma "tempestade" estou igual a qdo pesava 54 kgs não vejo diferença por agora que estou a pesar 45kgs…O que sinto é que estou cada dia mais frustrada,infeliz,agressiva e estressada,mas estou no controle e algum dia tudo isso vai acabar bem !!

  7. Olá… tenho 23 anos….e tenho anorexia, e tbm tive algumas crises de bulimia…

    Estou fazendo tratamento a uns 4 meses…

    Mais só quem passa por isso para entender, como essa doença toma conta da nossa vida, dos nossos pensamentos.. eu penso 24 por dia nisso, quando acordava a primeira coisa que eu fazia era correr para balança para me pesar… só não faço mais isso, pq meus pais levaram minha balança embora para casa deles.. mais ainda me peso em torno de 12 vezes por dia…. Quando estou na academia e quando vou a ksa deles….

    ou qndo as vezes não paro em alguma farmacia… Quando não se tem conhecimento do assunto, é facil falar, criticar, como já vi em varios sites, recriminando quem sofre disso, eu não me orgulho nenhum pouco, ao contrario, queria ser normal, levar uma vida normal como qualquer pessoa, sentir vontade de comer as coisas, sem depois bater aquele arrependimento, e sentir vontade de morrer, ou achar que engordou uns 20 kg, comendo uma bola de sorvete…Sinto que ainda falta muito para me recuperar 100%, mais tenho certeza de que um dia vou conseguir… torço para que todos q sofrem desses disturbios tbm se recuperem….

    Abraços

  8. Caramba , euu tenho vomitado de vez em quando , ja ovmitei 6 vezes no total , isso pra emagrece mas NAO vale a pena . A doença te domina

  9. Isso é cruel mesmo…

    Eu teve uma companheira da escola, que tava em risco de bulímia.

    Eu tambêm penso… o qué têm de importante o "corpo perfeito"? NADA. Prefiro o corpo saudável. Sério.

    Até logo!

  10. ola eu sou portuguesa e presiso de ajuda para uma trabalho da escola eu a xo ke deviam ter mais emformaçao acerca a anorexia….

  11. Lemntável isso. ficam fazendo isso de besteira. eu pessoalmente gosto de mulher mais cheinha ^^

  12. Bom que mude os padrões de estética das modelos, para que haja menos mulheres se adoecendo em busca do "corpo perfeito"

  13. Fodástico isso, parece besteira e doença de modelo idiota mas quando é com alguém que você conhece, parece que é câncer ou aids! É foda demais!

    • essa doença ñ é bestera , porque eu tenho anorexia e bulemia e so eu sei o que eu passei e passo para ñ morre.

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